A Ciência, Mulheres, Economia: Um Triptico em fase de Quarto Crescente.

                                                         Creditos photo© Autor  Desconhecido

  Umas das actuais (embora existente desde os primórdios da Humanidade) problemáticas evidenciadas pelas estruturas (a referência no actual âmbito é dirigida à United Nations Entity for Gender Equality and the Empowerment of Women )  que pretendem organizar e “disciplinar” os modelos de actuação a que deverão estar sujeitas as mulheres no âmbito geral das suas vidas, encontra-se no presente momento de incertezas sociais e de conjuntura macroeconómica em rota de “colisão”, sem eixo previsional que possa servir de indicador de meios de resolução a serem activados e accionados , para superar o “desmembramento” socioeconómico e consequentemente cultural, que actualmente  assume escala global planetária, relacionado com a perspectiva e “percepção” da força motriz que as mulheres poderão aplicar ao actual panorama de inércia sistemática e endémica que atinge todos os sectores pré-estabelecidos das diversas formações satélites em mutação progressiva e sem ordem conhecida, que promovem o desconhecimento e nevoeiro informacional sobre as regras a utilizar para suprimir o efeito de “blindfocus” sobre os movimentos grupais que se manifestam contrarios à ordem do sistema previamente instaurado e em permanente ruptura, por motivos relacionados com a escassez de recursos essenciais que são objecto de propriedade das economias de escala e cuja dimensão implica que a posse destes recursos ( muitos dos quais não renováveis) se verifique uma “possibilidade” controlada por poucos e de ampla e global necessidade referente a uma larga maioria.
 Contudo o “efeito de boomerang” inicia o seu percurso de direccionamento retroactivo no sentido de quem controla ditos recursos, e que devido à sua escassa longevidade, apresentam actualmente uma “debilidade” de eficácia, na manutenção dessas mesmas economias globais.  
Neste contexto, os grupos societais iniciaram já um processo de ruptura com estes sistemas, que não servem de forma perene os seus interesses e necessidades, aqui reside o núcleo de distorção que fragiliza de forma progressiva todos os modelos até então consolidados e agora sujeitos às ameaças externas perante o seu próprio dominio, ou seja, a conduta grupal de  procura de formulas alternativas de sustentabilidade socioeconómica iniciou já o seu percurso, e os conjuntos Grupais diversos não respondem à solicitação das piramides económicas em processo de rápida fragmentação.
Neste âmbito, é introduzido um novo factor que orienta e organiza de forma coerente os novos grupos sociais e seus respectivos movimentos, ou seja, o factor do “Conhecimento”. Este elemento é um dado recente nas formações grupais humanas, derivado de um processo de “educação” introduzido após as reformas correlacionadas  com o movimento afecto à  designada “Revolução Industrial” e da Era Tecnológica, consequência directa do producto de uma sociedade “industrial”.
A situação antes descrita, compreende de forma relevante a incorporação das mulheres como “força de trabalho” nesse atrio composto pela capitalização massiva dos recursos existentes e por inventar!
Não existe capitalismo governado pelo poder popular, não há capitalismo em que a vontade do povo tenha precedência sobre os imperativos do lucro e da acumulação, não há capitalismo em que as exigências de maximização dos lucros não definam as condições básicas de vida. (WOOD, 2003, p. 8).
Todavia, o contraponto da situação de “aproveitamento” da “força de trabalho” feminina foi o resultado de uma progressiva e por vezes “agressiva” consciencialização por parte das mulheres dos seus direitos como pares sociais em regime de igualdade, despertar este que conlevou com o surgimento  das organizações femininistas como medida de resposta a situações de injustiça, social, educativa, patrimonial, e pessoal. 
Foram implementadas novas leis, revistas outras e esquecidas muitas que permaneceram “adormecidas” no hiato temporal em que as reinvindicações se formularam de acordo com as necessidades básicas requeridas por este colectivo,e onde este colectivo foi sujeito a uma segregação violenta que até aos presentes dias continua a persistir de forma visivel, adquirindo várias nuances conforme os imperativos económicos vigentes.   

O trabalhador livre, com status de cidadão numa cidade estratificada, especificamente o cidadão camponês, com a liberdade jurídica e política implícita e a liberação de várias formas de exploração por coacção directa dos donos da terra ou dos Estados, era certamente uma formação distintiva que indicava uma relação única entre as classes apropriadoras e produtoras. (WOOD, 2003, p.157).
A democratização possivel para as mulheres no decurso do ultimo século, foi possivel por via do acesso à Educação e à Universidade, este será provalmente o aspecto onde reside  o principal foco de transformação que está implicito a toda a nova conjuntura social.  
Constitui este o ponto de transição para uma sociedade de conhecimento, e o papel das mulheres como veiculo e vinculo deste inovador modelo  de representação e organização  societal, é actualmente alvo de considerações profundas ocasionadas pela leitura  e observação dos factos antes mencionados, ou seja, a mulher como agente de mudança de paradigma social está plenamente  identificada e tal como antes foi convocada a “participar” activamente como elemento  correspondente à ”força de trabalho” vital   para  a formação e desenvolvimento do tecido estrutural e modelar  inerente à capitalização desordenada das entidades proliferantes durante a eclosão das organizações que fundamentaram a designada  “revolução industrial”, a Mulher  é neste momento elevada à “consideração” de intenções ainda pouco esclarecedoras sobre qual o futuro que lhe está por atribuir e qual o reservado e quais os planos  desembargadores que se afiguram para a sua respectiva valorização, não como “objecto” de meras politicas oriundas de “placebo” sociológico, mas antes pretende-se averiguar quais os instrumentos reais que permitirão num cenário a curto prazo devolver às mulheres o seu estatuto de igualdade em plenitude, sem instrumentalizações de caracter “paternalista” e onde não sirvam de “peão” em territórios, em que  as normativas se elaboram para captação de sensiblidades e actos de manipulação massiva, em que por exemplo, se verifica que  o direito ao voto  “conquistado” pelas mulheres ontem é apenas um instrumento para estimular uma  “democracia passiva e coerciva” sem que se possam  demonstrar na realidade os efeitos derivados das repetidas e constantes petições realizadas  pelas  mulheres com a finalidade de  que se proceda à reposição de tudo o que lhe pertence por direito natural e entretanto lhe foi “subtraído”,  incluindo frequentemente o pleno direito à  sua educação formal e via informal , que promove como é sabido o designado “fenómeno” de “empowerment” para as mesmas, e quando aqui é utilizado  o item lexical “fenómeno” é no seu sentido literal, pois este caso não seria um “fenómeno” em contexto social de neutralidade de potencialidades e forças opostas, que fomentam o equilibrio e assim se revelam complementárias, como verificamos existir entre a diversidade que compõe a natureza biológica humana, a qual é objecto de atenção neste contexto próprio.
Este quadro, está configurado e replicado de forma explicita e directa na formulação da seguinte questão:
“Empowering Women to Change the World: What Universities and the UN Can Do?”
Questão esta potenciada pela Michelle Bachelet durante a celebração do 5th Global Colloquium of University Presidents, ocurrido na Universidade da  Pennsylvania, que teve lugar no passado dia  5 Abril  2011, em que a mensagem introdutória, foi a seguinte:
“President Gutmann, distinguished participants, honoured guests,
It is a pleasure to be invited to give this keynote address on “Empowering Women to Change the World: What Universities and the UN Can Do.”
The issue could not be more important. Higher education, once the privilege of the elite, is increasingly within reach of the majority — including women and girls — in all countries. Education at all levels, but higher education especially, gives women options, empowers them to be independent thinkers and agents of change.
Because the world is changing. You cannot look at what is happening in North Africa and not see that countries that rely on promises of “stability” — based on unchanging leadership and rigid conceptions of social and gender roles – are no longer sustainable. The frustrated dreams and aspirations of those left out have thrust millions into the streets — women alongside men, demanding opportunities to lead and contribute to the revitalization of their societies and economies.
This is an exciting time for women in all countries. Governments are recognizing they cannot continue to develop and prosper without fully engaging one half of their population. The historic decision by UN member states to create UN Women, consolidating four smaller entities into a larger and better resourced organization, is a clear sign of this. It signals a long-sought recognition that achieving gender equality and women’s rights is regarded on a par with other pressing global issues, including ending poverty and hunger, reducing infant and maternal mortality and tackling the problems of climate change.
All of these issues also create challenges. As the impact of the worst economic crisis in the last 40 years continues to be felt, one of the most urgent challenges is to address the chronic poverty and insecurity faced by the majority of the world’s women. Another is climate change, which women in many countries, particularly low-income countries, already experience as a daily reality. And a third, as the news headlines from Japan daily remind us, is the need to continue to search for safe, reliable and clean energy sources.
Fundamental to our ability to meet these challenges is a well-educated citizenry. The theme of the UN Commission on the Status of Women this year — access and participation of women and girls to education, training and science and technology — underlined this fact.
The transition from education to work remains fraught with many challenges, particularly in Africa and South Asia, where women lag behind in access to higher education, as well as in those countries — in Europe and elsewhere — where women now equal or surpass men in terms of advanced degrees, but still face barriers to professional employment opportunities.
This is especially true in science and technology, where few women head scientific institutions or large technology companies. Women are also underrepresented in research and development, whether in academia, the public sector or private companies. Globally women average only 29 percent of researchers in any of these fields.”
O teor desta mensagem foi massivamente divulgada através dos socialmedia relativos à organização, entre os quais o Twitter e Facebook, que serviram de plataforma de “mimetização” desta posição e intenção “inovadora” por parte da United Nations Entity for Gender Equality and the Empowerment of Women, a intensidade aposta no sentido “figurativo” deste conteúdo descritivo, foi já posteriormente actualizado e revisto no decurso de uma recente reunião mantida entre  Michelle Bachelet e a Secretária de Estado Hillary Clinton, em que o assunto central foi focalizado na seguinte temática:
“Political participation, economic empowerment and ending violence against women emphasized as key to gender equality in meetings with US legislators
“Washington, D.C. — In her first official visit to the United States capital as Under-Secretary-General and Executive Director of UN Women, the newly established UN Entity for Gender Equality and the Empowerment of Women, Ms. Michelle Bachelet called on senior US leaders to continue to advance women’s rights and leadership worldwide, including in transitions in the Middle-East and North Africa. At a meeting today with US Secretary of State Hillary Clinton, discussions focused on the need to advocate for inclusiveness and transparency in the on-going reform processes in the region. In Egypt and Tunisia, women have played a key role in the movement for democracy, and their legal rights and decision-making within the transitional structures are critical. Afghanistan, where UN Women and the US Government have a long history of supporting women’s rights, was also on the agenda.
During her two-day, high-level visit to Washington, D.C., Ms. Bachelet met with other senior US leaders: Under Secretary for Democracy and Global Affairs Maria Otero; Ambassador-at-Large for International Women’s Issues Melanne Verveer; members of the Senate Foreign Relations Committee, including Senator Barbara Boxer; and members of the Congressional Caucus on Women’s Issues, including Co-Chair Jan Schakowsky. Along with enhancing women’s political participation, the meetings also emphasized the urgent need to accelerate economic empowerment of women worldwide.”
Esta breve revisão ao estado da arte sobre as questões emergentes relativas ao papel desempenhado pelas mulheres na ciência, bem como às recentes posições e formatações ideológicas decorrentes de teorizações concebidas por  entidades nucleares, cujos recursos operacionais se manifestam como figura de “retórica” para a grande maioria das mulheres que constituiem o “Objecto de Estudo” e “Analise” das anteriores citadas Organizações, e cuja "missão" é o exercicio de uma especie de poder "controlador" e apaziguador dos ânimos latentes, considerando igualmente que uma das suas funções de estrutura de superficie, é  por norma readaptar a legislação às necessidades socioeconómicas encontradas em dimensão global num Universo cuja população, é maioritáriamente constituida por um conjunto de género feminino e cujo denominador comun é um acentuado desgaste em termos de recursos tangiveis, primordialmente conexionados com os bens patrimoniais que permitam o seu efectivo e real “empoderamento” e consequentemente a sua “igualdade” para o exercicio de uma cidadania paritária em todos os niveis e com todos os sentidos, seria util neste panorama reposicionar e redefinir a proposta subjacente à questão inicial  de partida para a seguinte asserção/proposição ( consideramos ser a mais lúcida e representativa da vontade e acção de todas as Mulheres):
“ O conhecimento e a capacidade real das mulheres: O que é que as Mulheres podem fazer para mudar as Universidades e as Nações Unidas?”  
É esta a nova questão que se configura como útil para que o contributo das mulheres se verfique em plenitude e  se demonstre eficáz, já que as Mulheres não são “Objectos” meramente receptores de politicas pré-concebidas pelos interesses de uma  minoria, à sua revelia.
As mulheres são antes de tudo e na sua condição mais natural,  “Sujeitos” autonómos, pró- activos e de livre pensamento, é esta a Matriz e propósito a Ciência como formula para diluir fronteiras de qualquer especie, bem como participantes activos na construção de  novos territórios e realidades sociais conducentes ao bem estar dedicados a toda a Humanidade.
Aceitam-se contributos!!
Copyright © 2011. Claudia Freire[1].All rights reserved.


[1] Researcher

"As mulheres e a ciência em Portugal_ binómio f(r)acturado"

   



No contexto de todo o trabalho que se têm vindo a produzir e a realizar sistemáticamente relativamente à temática do empowerment das mulheres cientistas/investigadoras em PT, em termos especificos no âmbito do acesso aos lugares de decisão em sede de gestão de sistemas de I+D+i ( Universidades, Parques Cientificos, Catedras, Laboratórios Associados, etc...) onde se verificam constragimentos notáveis no que concerne ao acesso e liderança por parte das mulheres nas estruturas cientificas em Portugal, foi concedida uma Entrevista, solicitada  pela  jornalista Paula Mirce, para publicação na Revista Focus, onde são abordados e tratados estes eixos de actuação na Ciência e que se focalizam na perspectiva do conceito de “Género”aplicado às relações profissionais e laborais que as cientistas vivem em Portugal em pleno século XXI.
Neste sentido colocamos à vossa disposição e análise, para futuros contributos  e discussão indexada ao tema,  o respectivo Guião de Entrevista, onde constam as respectivas Perguntas/Questões  e as Respostas/Soluções à problemática verificada e devidamente analizada por via de um Estudo cientifico realizado préviamente, e que terá a sua publicação prevista  ainda no decurso do corrente ano de 2011, para a sociedade de forma global poder obter um conhecimento mais detalhado do trabalho que se produz diáriamente em seu beneficio e que muit@s desconhecem por falta de “visibilidade” apropriada e também aprofundada.
Esta Entrevista constitui assim, um outro  ponto adicional de reflexão ( entre tantos outros existentes e manifestados pelas colegas investigadoras, nos seus apontamentos sobre esta temática que é respeitante a tod@s sobre várias perspectivas...)consolidado e traduzido pelas palavras da sua autora (Freire.C.,(2010)) e representa uma breve visão (que certamente será devidamente orientada e  expandida para  outros cenários e territórios...) que contempla de modo claro o valor acrescentado e explicito do trabalho realizado permanentemente pelas cientistas portuguesas, cujo significado e resultado é um valioso contributo para o progresso social concertado de Portugal.

Este é um discurso livre e aberto  e que se promove direccionado para todas as latitudes que o assistem e que o integram plenamente, solicitando a participação de tod@s @s  interlocutor@s , num amplo dinamismo para alcançar a construção de uma  plataforma de verdadeiro think tank, visando e sugerindo a esperada  "mudança" de paradigma, numa plataforma colaborativa entre  tod@s os elementos, para atingir melhores resultados sobre os desafios que se apresentam a cada esquina das nossas vidas . Um discurso sobre mulheres e ciência para tod@s os que pretendam fomentar o progresso social de Portugal com o devido rigor e empenho sobre a paixão que motiva o excelente trabalho de Mulheres dedicadas à Ciência e à sua permanente busca de soluções que permitam efectivamente a promoção da qualidade de vida de tod@s os cidadã@s de forma global, e sem outra finalidade que o estabelecimento da Paz.

Porque a Ciência é o espelho da Paz e as Mulheres Cientistas as suas incansáveis transmissoras deste bem comum, sempre em movimento perpétuo!!

Saudações cientificas :)
Até já!!



Festas Felizes e um 2011 em Grande!!


Womeninsciencept deseja a tod@s umas Festas Felizes e um novo Ano de 2011 com muito Amor , Paz, Saúde e Ciência , para um mundo MelhorJ
Até já!!